Em uma recente visita a um cliente do setor público, a conversa voltou-se para o tema papel. A equipe com quem conversamos admitiu que suas instalações abrigavam o equivalente a 15 campos de futebol em documentos.
Você consegue imaginar isso? Eu acho que se você consegue, provavelmente você trabalha na área de educação do governo municipal ou estadual.
Em um mundo com cartões de embarque digitais, telessaúde e ChatGPT, não é segredo que o setor público ficou para trás no avanço da digitalização. Agências governamentais do setor de educação com uso intensivo de papel são notórias e prejudicadas pela quantidade de arquivos físicos.
Pelo menos parte da hesitação em iniciar uma transformação do papel para o digital são alguns mitos persistentes que eu gostaria de dissipar.
Mito 1: O uso de papel representa as melhores práticas
O fato de os registros em papel terem sido a força vital do setor público não é surpreendente. Esses arquivos físicos já foram o único meio de manter dados sobre as pessoas, lugares e coisas que compõem nossa sociedade – desde registros de impostos e escrituras de terras até estatísticas ambientais e relatórios policiais.
Pode ser que o uso de papel já tenha representado as melhores práticas. Hoje, porém, os registros em papel representam uma ameaça crescente à segurança, ao progresso na melhoria das experiências de atendimento ao cidadão e aos dados contidos nos próprios documentos.
Muitos arquivos em papel são armazenados em instalações mal conservadas, vulneráveis a tudo, desde um inocente erro de arquivamento ou manchas de mofo até algo tão grave quanto um incêndio ou uma inundação. Contar com um local físico e um sistema de arquivamento manual para manter esses registros confidenciais os torna vulneráveis ao acesso não autorizado. Basta uma porta entreaberta ou uma chave extraviada.
Ao mesmo tempo, a falta de uma cópia digital desses registros apresenta desafios significativos para indivíduos autorizados que desejam acessar esses dados e utilizá-los para referência, planejamento ou informações essenciais para otimizar a entrega de valor aos cidadãos. Isso é particularmente verdadeiro, pois os funcionários de todos os setores continuam a migrar para mais modelos híbridos e de trabalho em casa.
Resumindo, para muitas agências e organizações que ainda dependem de seus registros em papel, os riscos de não digitalizar são muito maiores do que os desafios impostos pelo próprio processo de digitalização.